No estudo da língua portuguesa, uma das estruturas gramaticais que frequentemente causa dúvidas entre os estudantes é a formação dos comparativos de igualdade. Estes comparativos são usados para indicar que duas entidades possuem a mesma qualidade ou quantidade de algo. Dominar esta estrutura não só melhora a precisão na comunicação, como também enriquece o vocabulário e a expressividade do falante.
O que são comparativos de igualdade?
Os comparativos de igualdade são construções que expressam que duas coisas ou pessoas são iguais em algum aspecto. Por exemplo, podemos dizer que duas pessoas são igualmente altas ou que dois eventos foram igualmente importantes. Em português, os comparativos de igualdade podem ser formados de várias maneiras, dependendo da natureza do que está sendo comparado (adjetivos, advérbios, substantivos ou verbos).
Comparativos de igualdade com adjetivos e advérbios
Quando queremos comparar adjetivos ou advérbios, usamos a estrutura “tão … como” ou “tão … quanto”.
Por exemplo:
– “Ela é tão inteligente como ele.”
– “Ele corre tão depressa quanto o irmão.”
Aqui, “tão” é o marcador de igualdade e “como” ou “quanto” são usados para ligar os dois elementos comparados. É importante notar que “como” e “quanto” são intercambiáveis nesse contexto, embora “quanto” seja frequentemente preferido no português europeu.
Comparativos de igualdade com substantivos
Para comparar substantivos, usamos a estrutura “tanto … como” ou “tanto … quanto”.
Por exemplo:
– “Ela tem tanto dinheiro como ele.”
– “Ele tem tanto interesse quanto ela.”
Neste caso, “tanto” deve concordar em gênero e número com o substantivo que está a modificar:
– “Ela tem tantos livros como ele.” (livros, masculino plural)
– “Ela tem tantas amigas quanto ele.” (amigas, feminino plural)
Comparativos de igualdade com verbos
Para comparar ações, utilizamos a estrutura “tanto … como” ou “tanto … quanto”, mas de uma forma ligeiramente diferente. Aqui, “tanto” geralmente aparece depois do verbo.
Por exemplo:
– “Ela trabalha tanto como ele.”
– “Ele estuda tanto quanto ela.”
Particularidades e exceções
Embora as estruturas acima sejam as mais comuns, há algumas particularidades e exceções que vale a pena mencionar.
Uso de “assim … como”
Em alguns contextos mais formais ou literários, pode-se usar “assim … como” para formar comparativos de igualdade.
Por exemplo:
– “A vida é assim curta como bela.”
Este uso é menos comum na linguagem cotidiana, mas é importante conhecê-lo para uma compreensão completa da língua.
Comparativos com “igual a” e “tanto como”
Outra forma de expressar igualdade é usando “igual a” ou “tanto como”.
Por exemplo:
– “Ele é igual a um irmão para mim.”
– “Ele é tanto meu amigo como meu irmão.”
Estas formas são mais enfáticas e podem ser usadas para dar mais ênfase à igualdade.
Erros comuns e como evitá-los
Um dos erros mais comuns ao usar comparativos de igualdade é a confusão entre “como” e “quanto”. Embora ambos possam ser usados de forma intercambiável em muitos casos, a preferência por “quanto” no português europeu deve ser levada em consideração.
Outro erro comum é a falta de concordância de “tanto” com o substantivo. Lembre-se sempre de ajustar “tanto” ao gênero e número do substantivo que está a modificar.
Prática e exemplos adicionais
Para consolidar o aprendizado, é útil praticar com exemplos variados. Aqui estão alguns exercícios práticos:
1. Complete as frases com a forma correta do comparativo de igualdade:
– “Ela é ______ (inteligente) ______ ele.”
– “Ele corre ______ (depressa) ______ o irmão.”
– “Ela tem ______ (dinheiro) ______ ele.”
– “Ele trabalha ______ (quanto) ______ ela.”
Respostas:
– “Ela é tão inteligente como ele.”
– “Ele corre tão depressa quanto o irmão.”
– “Ela tem tanto dinheiro como ele.”
– “Ele trabalha tanto quanto ela.”
2. Crie frases usando comparativos de igualdade para os seguintes pares de palavras:
– Alto / João / Pedro
– Rápido / Maria / Ana
– Livros / Paulo / Luísa
– Trabalhar / Carla / Tiago
Exemplos de respostas:
– “João é tão alto como Pedro.”
– “Maria corre tão rápido quanto Ana.”
– “Paulo tem tantos livros como Luísa.”
– “Carla trabalha tanto quanto Tiago.”
Conclusão
Dominar os comparativos de igualdade em português é essencial para uma comunicação precisa e eficiente. Embora as estruturas básicas sejam simples, a prática constante e a atenção aos detalhes, como a concordância de gênero e número, são fundamentais para evitar erros. Continuar a praticar e a usar estas estruturas no dia-a-dia ajudará a solidificar o conhecimento e a tornar a fala e a escrita mais fluentes e naturais.
