As orações relativas são uma parte essencial da gramática portuguesa, permitindo-nos adicionar informações adicionais a um substantivo ou pronome de uma maneira elegante e clara. No entanto, uma área que muitas vezes causa confusão entre os alunos é o uso das preposições em orações relativas. Este artigo tem como objetivo esclarecer o uso correto das preposições nestas construções, ajudando assim a melhorar a precisão e a fluência no uso da língua portuguesa.
O que são orações relativas?
Antes de mergulharmos nas preposições, é importante entender o que são orações relativas. Uma oração relativa é uma cláusula dependente que descreve ou identifica um substantivo ou pronome que aparece na oração principal. Em português, estas orações são introduzidas por pronomes relativos como “que”, “quem”, “cujo”, “onde”, “o qual”, entre outros.
Por exemplo:
– O livro que estou a ler é fascinante.
– A pessoa com quem estou a falar é minha amiga.
Preposições em orações relativas
As preposições em orações relativas são usadas para mostrar a relação entre o substantivo/pronome na oração principal e o pronome relativo na oração subordinada. Vejamos os casos mais comuns:
1. Preposição + “que”
O pronome relativo “que” é o mais usado e pode ser precedido por várias preposições, dependendo do verbo ou adjetivo que o segue.
Exemplos:
– A cidade em que vivo é muito bonita.
– A razão pela qual estou aqui é importante.
Note que, em português, a preposição não pode ser omitida como acontece em inglês. Portanto, é crucial usar a preposição correta para que a frase faça sentido.
2. Preposição + “quem”
O pronome relativo “quem” é usado para pessoas e também pode ser precedido por preposições.
Exemplos:
– A pessoa com quem estou a conversar é muito interessante.
– A professora a quem enviei o e-mail ainda não respondeu.
Neste caso, a preposição “com” e “a” são usadas para indicar a relação entre o sujeito e a ação.
3. Preposição + “cujo”
O pronome relativo “cujo” é usado para indicar posse e concorda em género e número com o substantivo que o segue. É frequentemente usado com preposições.
Exemplos:
– O aluno cujo livro foi perdido está preocupado.
– A mulher cujo carro está avariado pediu ajuda.
Note que a preposição não é colocada antes de “cujo”, mas a relação de posse é clara através do próprio pronome.
4. Preposição + “onde”
“Onde” é usado para indicar lugar e pode ser precedido por preposições quando necessário.
Exemplos:
– A cidade onde nasci é maravilhosa.
– A casa na qual moro é confortável.
Aqui, “onde” pode ser substituído por “na qual” ou “em que” sem alterar o significado da frase.
Preposições comuns e seus usos
Agora que entendemos a estrutura básica das orações relativas com preposições, vamos explorar algumas preposições comuns e como elas são usadas em diferentes contextos.
1. Em
A preposição “em” é frequentemente usada para indicar lugar ou tempo.
Exemplos:
– O restaurante em que jantamos ontem foi excelente.
– A época em que eu era estudante foi inesquecível.
2. De
“De” é usado para indicar origem, posse ou causa.
Exemplos:
– A cidade de onde venho é muito pequena.
– O problema de que falamos ainda não foi resolvido.
3. Com
“Com” é usado para indicar companhia ou instrumento.
Exemplos:
– A pessoa com quem trabalho é muito competente.
– A ferramenta com que consertei o carro estava quebrada.
4. Para
“Para” é usado para indicar finalidade, destino ou direção.
Exemplos:
– O presente para o qual contribui foi bem recebido.
– A cidade para onde vamos nas férias é linda.
5. Por
“Por” é usado para indicar motivo, causa ou meio.
Exemplos:
– O motivo pelo qual estou aqui é importante.
– A estrada por onde passamos estava em mau estado.
Erros comuns e como evitá-los
Apesar de as regras parecerem simples, há alguns erros comuns que os alunos cometem ao usar preposições em orações relativas. Vamos abordar alguns desses erros e como evitá-los.
1. Omissão da preposição
Um erro comum é omitir a preposição necessária antes do pronome relativo. Em português, ao contrário do inglês, a preposição deve sempre ser usada.
Errado: O livro que estou a falar é interessante.
Correto: O livro de que estou a falar é interessante.
2. Uso incorreto da preposição
Outro erro frequente é usar a preposição errada. É importante conhecer o verbo ou adjetivo que requer uma preposição específica.
Errado: A cidade a que moro é grande.
Correto: A cidade em que moro é grande.
3. Concordância incorreta
No caso de “cujo”, é importante garantir que a concordância de género e número esteja correta.
Errado: O aluno cuja livros foram perdidos está preocupado.
Correto: O aluno cujos livros foram perdidos está preocupado.
Prática e aplicação
A melhor maneira de dominar o uso das preposições em orações relativas é através da prática constante. Aqui estão algumas atividades que podem ajudar:
1. Exercícios de preenchimento
Complete as frases com a preposição correta:
– O filme __ que assisti ontem foi emocionante.
– A pessoa __ quem confiei o segredo é meu amigo.
– A cidade __ onde nasci é muito acolhedora.
2. Tradução
Traduza as seguintes frases para português, usando as preposições corretas:
– The book that I am talking about is interesting.
– The person with whom I am working is very competent.
– The reason for which I am here is important.
3. Redação
Escreva um pequeno texto sobre uma experiência pessoal, usando pelo menos cinco orações relativas com preposições diferentes.
Conclusão
As preposições em orações relativas são uma parte fundamental da gramática portuguesa e, quando usadas corretamente, podem enriquecer significativamente a clareza e a elegância do discurso. Com a prática e a atenção aos detalhes, é possível dominar estas construções e melhorar a fluência na língua portuguesa. Lembre-se de que a chave é compreender a relação entre as palavras e usar a preposição que melhor reflete essa relação. Boa sorte no seu estudo e prática!